Resiliência e prevenção: A luta contra o câncer de mama e o poder transformador do Outubro Rosa
Colunista Mundo RH, Lilian Giorgi, Managing Director da A&M
Eu já tive câncer, mas ele nunca me teve. Sempre falo isso para quem me pergunta como foi passar por uma doença tão séria e tão silenciosa como essa. Tive que aprender a lidar com o medo, as angústias e as dificuldades desse momento extremamente delicado que enfrentei. Busquei apoio emocional e suporte para percorrer esse caminho que, certamente, mudou minha vida após a cura.
E como foi passar por esse processo? O afeto, o companheirismo, a empatia e uma rede de cuidado foram a minha resposta para isso. Por isso, digo de coração: não espere algo de ruim na sua vida para enxergar as coisas boas. Descobri com a doença que há jeito para tudo e que é importante olhar para si com cuidado, carinho e amor.
Para ajudar a prevenir, compreender e acolher vítimas do câncer como eu, o mês de outubro é marcado pelas mais diversas ações no ambiente corporativo. Para uns, o laço cor-de-rosa pode parecer puramente uma ação de RH compulsória, mas é uma campanha mundial fundamental para conscientizar a população sobre a prevenção a essa doença que atinge, principalmente, mulheres. Aliás, dentre os diferentes tipos de câncer, o de mama é a principal causa de morte entre elas.
No Brasil, a cada 100 mil mulheres, 66 devem ser diagnosticadas com a doença neste ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que estima mais de 73 mil novos casos em 2023 no país.
Parece lugar comum, mas não é. A conscientização é a melhor forma de prevenção. Por meio de iniciativas que privilegiam a informação, como palestras, comunicados, mutirões de saúde e outras ações, as empresas podem ter um papel transformador na vida dessas pessoas.
Campanhas que servem para mobilizar, informar, derrubar mitos, tirar dúvidas e, o mais importante, salvar vidas. Aumentar a consciência de todos para a prevenção, sejam homens ou mulheres, jovens ou idosos, é o que torna o Outubro Rosa tão indispensável, uma plataforma para a vida. Por isso, é fundamental que cada empresa engaje também seus núcleos internamente, oportunizando a multiplicação das orientações em todas as hierarquias e ambientes.
Neste ano, na A&M, escolhemos ampliar ainda mais as vozes do combate ao câncer de mama, estendendo a campanha para os familiares dos colaboradores e colaboradoras, para incentivar e levar o diálogo para dentro de casa. Recebemos o Dr. Eduardo Cordioli, médico ginecologista e obstetra, para dar uma palestra sobre a saúde da mulher, disponibilizando acesso online para que os parentes assistissem à transmissão ao vivo.
Sabendo o quanto o tratamento afeta a vaidade das mulheres, também lançamos uma campanha de doação de lenços a pacientes nesta fase desafiadora de luta contra a doença. Este ato parece simples, mas, para mim, é a construção de uma rede de acolhimento e solidariedade tão fundamentais quanto os medicamentos e acompanhamento da saúde mental no processo para a cura. As doações estão sendo feitas nas sedes da A&M em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e serão entregues para o Instituto Amor em Mechas.
Vale sempre reforçar: cuide-se. Faça o autoexame, mantenha hábitos saudáveis e a rotina de check-up em dia. E, caso identifique algo diferente, como caroço, pele avermelhada ou parecida com casca de laranja e alterações no bico do peito (mamilo), procure um posto de saúde ou seu médico o mais rápido possível. Quanto antes, mais chances de cura. O autocuidado precisa ser contínuo. E, para lembrar a todos sobre a importância do tema, neste mês, seguimos em tons de rosa, abraçando a causa, no laço e na voz. Afinal, no peito só cabe amor!